Comunidade

NÃO FICOU SABENDO DA EXPOSIÇÃO ARPILHEIRAS? AINDA DÁ TEMPO DE PARTICIPAR, saiba como:

Desde o dia 17 de outubro de 2023, promovida pela Caixa Econômica Cultural, está acontecendo a exposição de 25 peças  de bordados criados de modo coletivo pelas Mulheres Arpilheiras do Movimento de Atingidas e Atingidos por Barragens de todas as regiões do Brasil. Esta exposição é resultado de articulação do Movimento de Atingidas por Barragens e de projetos de extensão e pesquisa da UFPR. Estas peças contam a história de violações de direitos humanos como da resistência popular destas mulheres. A visitação vai até o dia 26 de novembro de 2023, sendo de terça aos sábados das 10h até às 20h e domingos das 10h às 19h.A ação diária dessas mulheres ressoa na vocação política das costuras, que não só denunciam o território esgarçado, como elaboram saídas para um futuro possível. Na técnica da arpilheira, conduzida como um exercício sutural do cotidiano rompido, proliferam imaginários de mobilização e reparação. São traçados de vida e luta, que bordam e transbordam mundos e relações desatadas por conflitos e danos ambientais.As produções evidenciam um tipo particular de tessitura comunitária, que tensiona os sentidos convencionais da autoria individual e produz, no coletivo, a luta por direitos e o ativismo social. As peças têm inspiração nas arpilleras chilenas, uma técnica têxtil popular,reconhecida como símbolo da resistência de mulheres às violências praticadas durante aditadura de Pinochet, nos anos 1970 e 1980. Aqui, os bordados ao mesmo tempo que retratam paisagens, cotidianos e biografias profundamente alterados e alagados pela violência, também materializam a organização e o protagonismo feminista. Na juta estão imbricadas trajetórias de rios e de gentes e a partir da juta muitos outros encontros se tecem.

A exposição é resultado de um processo coletivo desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com o Movimento dos Atingidos e das Atingidas por Barragens (MAB) e a CAIXA Cultural, por meio dos projetos de extensão universitária Máquina de Ativismos em Direitos Humanos, Direitos em Movimento, EKOA, Emaranhado.lab e Sacode e Movimenta_Encontros Culturais. A mostra traz uma seleção de obras construídas de norte a sul do Brasil, apresentando uma cartografia das práticas políticas e artísticas do MAB. O fluxo das águas ganha vazão nos desenhos dessas peças, que nos provocam a encarar a fragilidade das respostas da justiça, não raro sustentada por um fio.

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